O Caso Escola Base, um dos cases mais icônicos da imprensa brasileira, ganhou uma nova série documental para ser assistida com atenção por estudantes de jornalismo, jornalistas e por toda a sociedade.
A partir de entrevistas exclusivas com os principais personagens envolvidos (desde jornalistas até filhos dos donos da Escola Base), a série documental intitulada “O Caso Escola Base” apresenta um novo olhar para os fatos ocorridos no fatídico ano de 1994.
Série documental dividida em quatro capítulos
A obra é dividida em quatro capítulos, nos quais, através de um rico acervo de imagens e documentos, se narra cronologicamente a história desse massacre midiático e as tristes consequências da falta de uma apuração jornalística bem feita.
No primeiro episódio é apresentado o ponto de vista dos jornalistas que cobriram o caso na época. Já a partir do segundo são dados detalhes vivenciados pelos injustamente acusados de abusar de crianças da Escola Base.
Disponível no Globoplay+ e reprisada pelo Canal Brasil
Segundo os responsáveis pela série documental, dirigida por Paulo Henrique Fontenelle e produzida por Ariadne Mazzetti, o objetivo “não é buscar culpados ou fazer julgamentos, mas gerar reflexão sobre a responsabilidade de todos nós ao divulgar uma informação”.
Lançada em junho, a série documental será reprisada pelo Canal Brasil durante este mês de julho a partir desta segunda-feira, 3 de julho, sempre às 20h50, sendo reexibida aos sábados às 12h45 e às terças-feiras às 8h. A produção também está disponível na plataforma de streaming Globoplay+ e no NOW.
O que foi o Caso da Escola Base?
Em março de 1994, donos da escola infantil Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo, foram acusados de abusarem sexualmente de crianças de quatro anos. A denúncia foi feita por duas mães: Lúcia e Clea.
Segundo as denunciantes, os atos eram praticados pelos proprietários da escola: Icushiro Shimada, sua esposa Maria Aparecida Shimada, Paula Milhin, e pelo motorista da van Maurício Monteiro de Alvarenga, marido de Paula.
Papel da Imprensa no caso
Após ser divulgado pela imprensa, o caso tomou uma proporção sem precedentes e os acusados acabaram sendo condenados pela mídia e pela opinião pública sem terem a oportunidade de se defenderem.
Edélcio Lemos, o delegado responsável pelo caso, alimentou a imprensa com fortes afirmações condenatórias, sem apresentar provas concretas, assegurando inclusive que a denúncia já era uma prova de que os abusos realmente tinham acontecido.
Objeto de estudo em todas as faculdades de jornalismo
Alguns meses depois o caso foi retomado por um novo delegado, que, a partir de um trabalho sério de investigação, constatou que não houve nenhum crime na Escola Base. Apesar do caso ter sido arquivado e os donos terem sido inocentados, a vida deles nunca mais foi a mesma.
Desde então, o Caso da Escola Base é estudado nas faculdades de comunicação de todo o Brasil, se tornando um emblemático exemplo da importância de uma boa apuração jornalística e de como se deve desconfiar das fontes oficiais.