Quando se fala de congresso acadêmico, logo vem a imagem de um bando de nerds e seus computadores dissertando sobre o futuro de alguma tecnologia avançada ainda impensada por reles mortais como nós. Bem, caro foca, cabe a mim dizer que se você pensa assim está enganado.
Um congresso acadêmico é uma ótima forma de trocar experiências, construir uma rede de contatos e dar um upgrade no currículo. Na área de comunicação, o congresso mais famoso (e o que mais ouço falar na faculdade) é o Congresso de Ciências da Comunicação também conhecido como Intercom. Todos os anos são realizados seis Intercom: cinco regionais e um nacional.
O que acontecem nesses congressos?
Bem, em primeiro lugar, acontecem as apresentações de trabalhos produzidos no ano anterior por estudantes de graduação de Comunicação (Jornalismo, Rádio e TV, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas) e que concorrem ao prêmio principal em diversas categorias.
Por exemplo, esse ano, fui a Intercom Sudeste apresentar o livro Mestres da Reportagem, produzido por mim e meus colegas da FAP-SP no ano passado. O trabalho foi selecionado entre os cinco melhores da região e concorria ao primeiro lugar na categoria “Livro-reportagem”.
Ir a um congresso também é uma interessante forma de incentivar a si mesmo a produzir textos, vídeos e áudios de qualidade para concorrer aos prêmios como uma forma de “teste” para o mercado jornalístico. Durante os três dias de Congresso, foram ministradas oficinas e minicursos com os mais variados temas ligados à área de Comunicação com professores especialistas no tema. Todos fornecem certificado e são interessantes meios de diversificar o conhecimento e ampliar os horizontes.
A instituição-sede do evento pode oferecer aos congressistas uma programação cultural com shows, apresentações, musicais, teatrais e de dança.
Minha experiência
Como já disse, participei do Intercom Sudeste 2013, que aconteceu entre os dias 3 e 5 de julho no campus Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Passei quase quatro dias entre centenas de estudantes de Comunicação e professores num ambiente totalmente acadêmico e que não parecia em nada com a visão que tinha de um evento assim. O ambiente não é muito diferente daquele que você está acostumado na sua faculdade e o perfil dos congressistas não é muito diferente do seu perfil, do meu ou da maioria dos estudantes de Comunicação, salvo algumas exceções. Ou seja, ir a um congresso desconstrói a visão de “evento para nerds”, bem comum entre nós estudantes.
A experiência de observar o que está sendo produzido em outras instituições de ensino é muito importante para a construção de uma visão mais global e menos bairrista da Comunicação, contribuindo assim para a criatividade. Além disso, a participação em um congresso serve também para descobrir se realmente falamos a língua da profissão. Ali, percebi que eu e os demais colegas conseguíamos nos expressar de maneira tranquila mesmo sem nos conhecer. Era natural falar certos assuntos e usar certas expressões com eles. Se falasse da mesma forma com alguém fora da área, certamente a pessoa iria ficar me olhando com uma expressão perdida.
Encaro também o evento como uma confraternização entre jovens de diferentes regiões do país que tem a Comunicação como fio condutor. Além de ser uma experiência nova para a maioria, pois é necessário sair do conforto do lar para passar três dias com os amigos e colegas. Uma experiência de vida muito positiva, quase um curso intensivo e real de sobrevivência na selva.
Fazendo uma análise dos dias que passei nesse primeiro congresso do qual participei, o resultado que melhor consegui distinguir é que eu cresci. O curto espaço entre minha saída de casa até meu retorno foi o suficiente para me mostrar isso. Acrescentei uns tijolos a mais no meu currículo, conheci pessoas, vi trabalhos interessantes de outras universidades, enfim vivi uma experiência acadêmica plena. Posso não ter trazido o prêmio para casa, mas acrescentei na bagagem da minha vida uma vivência única.
Por Jéssica Tamyres dos Santos.
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Perfil de Jéssica Tamyres
Jéssica Tamyres dos Santos, 23, é aluna do 5º semestre de Jornalismo da FAPSP (Faculdade do Povo), coautora do livro Mestres da Reportagem e estagiária do setor de Comunicação da Delegacia Sindical São Paulo do Sindifisco Nacional (Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil)