Foca costuma passar por algumas situações difíceis. Uma delas é a fase do trabalho de conclusão de curso: o temível TCC. Esse momento é aquele em que possivelmente questionamentos como “será que fiz a escolha da profissão certa?” ou “ainda dá tempo de voltar atrás?” invadem a mente, tirando as poucas horas de sono que nos restam.
Tudo isso porque não se trata somente de um simples trabalho. É algo que encerra um ciclo, inicia uma nova etapa: ser, de fato, jornalista. Com registro e o que mais tiver direito. É uma espécie de batismo de fogo. Afinal, você será avaliado com um olhar mais crítico a respeito da qualidade daquilo que produz.
Mas a situação vai além da escolha do avaliador. A maior preocupação deve ser o conteúdo. Torna-se necessário deixar o ‘achismo’ de canto, preencher essa lacuna com embasamento teórico e sua aplicação prática para o tema escolhido. Somando-se a isso, coloque pitadas de esforço e muita perseverança.
Não é fácil. Você é obrigada a mandar namorado embora, a perder a convivência com os amigos e família, a abandonar sua vida social. Esquece balada. E a tendência é um desespero incessante por causa dos prazos diminutos, profunda irritação com gente que fica dando palpite e nem é seu orientador – o único que tem o direito de o fazer -, sono atrasado e a vontade imperativa de mandar cada um ao seu lugar, pois a paciência esgotou há tempos.
Importante ressaltar que manter boa comunicação com o orientador é imprescindível. É uma parceria que deve ser levada a sério e um dos fatores determinantes para obter um resultado satisfatório ao final. Já a escolha do avaliador é uma grande responsabilidade. Por questões éticas, não se pode chamar um amigo ou um colega de trabalho. Quanto mais imparcial a pessoa, melhor o olho clínico para certas coisas.
Foi uma honra de ter como avaliador em minha banca o jornalista Sérgio Gomes da Silva. Honra porque é alguém que admiro não só como profissional da área, mas também como alguém de fibra que venceu diversos obstáculos surgidos em sua trajetória. E nem por isso ele abriu mão de seus princípios e de tudo o que sempre acreditou. Pessoa rara.
Além dele, o professor Rodolfo Chagas, geógrafo e bacharel em Letras, foi a minha opção ao indicar alguém da casa (faculdade) para também compor a banca. Rodolfo me deu aula no primeiro e no quinto semestre. É o tipo de professor que prende o aluno numa sexta-feira à noite em sala, cativando a atenção alheia através de dinamismo e interação, com debates e contextualizações. Não me arrependo de nenhuma das escolhas que fiz.
E no dia agendado lá estava eu. Um nervosismo insuportável me abateu. O trabalho estava pronto e agora as impressões de um veterano da área daria a confirmação se fui ou não feliz na escolha da profissão de jornalista. Recebi críticas construtivas. Dicas não faltaram para que eu pudesse dar continuidade ao projeto que desenvolvi.
Em um dado momento, Sérgio Gomes sentiu meu nervosismo e disse em alto e bom tom alguns conselhos: “Há três coisas imprescindíveis na vida. Regras de ouro. A primeira é ter fé no futuro. A segunda é manter a unidade dos amigos. E a terceira é confiar no próprio taco. Sempre”.
As palavras de Sérgio ainda ecoavam, mas os procedimentos seguiram seu curso normal e a nota foi anunciada. Estava formada e com nota dez. Nesse instante de revelação, não há como definir o que se sente. Manteiga derretida como sou, o resultado foi óbvio. Desfiz-me em lágrimas de extrema felicidade. Olhar na plateia a família, amigos e os convidados vibrando com minha aprovação em meio a aplausos foi a compensação para toda dificuldade que enfrentei.
Mais do que um diploma na parede, ali, naquele dia de encerramento, recebi um ensinamento para a vida. Nada é de graça, nada é fácil. Por isso o esforço se faz necessário para vencer obstáculos. Principalmente para ser aprovada no trabalho de conclusão de curso.
Por Viviane Cabrera.
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Perfil de Viviane Cabrera
Viviane Cabrera é jornalista recém-formada pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM FAAM), autora do livro reportagem Flores do Asfalto – Histórias de duas favelas paulistanas, e possui um blog literário chamado *Brainstorm*.
Olá Emílio, eu tenho só 11 anos de idade e quero me tornar um jornalista e acho que para essa carreira seguir é preciso ser dinâmico, imparcial e de opinião incisiva, nunca criando um personagem, sendo o que sou sempre e sempre deve se aperfeiçoar ao mundo.
E você concorda comigo?
Olá, Marcos Vinícius! Fico feliz em conhecer mais um futuro jornalista. Se você deseja realmente seguir a carreira no mundo das notícias o mais importante é a paixão. Você deve amar o jornalismo e isso, unido às técnicas aprendidas na faculdade e em outros cursos, irá lhe fazer procurar sempre fazer o seu trabalho da melhor forma. A imparcialidade é algo muito discutido no jornalismo, a opinião do jornalista deve ser dada somente após ele ter estudado o caso à fundo, daí ser necessário não apenas o dinamismo, mas também o aprofundamento e o acompanhamento do desdobrar de cada notícia. Acredite, você pode se tornar um grande jornalista se quiser. O mais importante é ter o espírito jornalístico aceso dentro de você e agir sempre com ética. Se precisar de algo é só dar um grito aqui. 😉