Na manhã da última quarta-feira (23/10), durante o terceiro dia da Semana de Comunicação da FAPSP (SECOM FAPSP 2013), os alunos da faculdade receberam o diretor nacional de Programação da Rede Record, Marcelo Caetano.
O radialista, formado pela Universidade São Judas Tadeu, contou que iniciou sua carreira no SBT em 1996, graças a uma oportunidade de estágio apontada pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola). “Não foi por indicação ou outro caminho. Foi de maneira simples, pelo CIEE, que é algo que está alcance de todos vocês”, ressaltou.
Depois Caetano passou pela extinta TV Manchete, pela TV Gazeta, Rede TV! até chegar à Rede Record em 2000 como assistente de produção. Ele foi crescendo na emissora e, em 2009, foi promovido a diretor nacional de Programação. “Não teve segredo para alcançar esse cargo. Apenas trabalhei duro”, disse.
O radialista falou sobre a importância da Programação na estrutura de uma emissora, revelando bastidores e estratégias trabalhadas por esse departamento em busca da audiência, por exemplo, pensar em boas chamadas (para os programas), inteligentes, divertidas e até provocadoras.
Segundo ele, o trabalho no setor de Programação, além da criação das chamadas, envolve roteiro e mídia, exibição, observação da concorrência, orientação visual e computação. “Todas essas áreas trabalham em conjunto. São mais de 230 colaboradores ajudando a fazer a grade de programação da emissora, tendo como base o perfil do nosso público”, complementou.
O diretor da Record falou sobre a polêmica guerra por audiência entre as emissoras e destacou que São Paulo tem um peso grande em termos de audiência, por conta de ser a principal economia do país.
Questionado sobre por que as emissoras hoje têm grades de Programação tão parecidas, afirmou: “Ninguém aposta milhões em algo que não sabe se vai dar certo. Hoje as emissoras, de uma forma geral, compram programas que já foram testados lá fora e que, portanto, garantem resultados”.
De acordo com Caetano, o principal desafio da Record hoje é produzir conteúdo para todas as plataformas, incluindo tablets e smartphones.
Dicas aos futuros comunicadores
Ao longo de sua palestra, o radialista deu várias dicas aos futuros comunicadores. Ele afirmou que hoje, para ter sucesso na área, não basta se especializar em um assunto: “É preciso entender sim bem de uma coisa, mas é necessário ter pelo menos mais dez outras habilidades. Só a especialização não garante um bom posicionamento no mercado. Cada vez mais a área de Comunicação vai exigir profissionais versáteis, com conhecimento em diversos assuntos”.
O diretor da Record também falou sobre o preparo psicológico que os futuros radialistas precisam ter para trabalhar o tempo todo sob pressão: “Quem trabalha em TV tem que dar solução o tempo todo, tomar decisões o tempo inteiro”.
Por Úlima Tácita Stedten e Cláudio Lopes, alunos do 2º semestre de Jornalismo (período matutino) na FAPSP.
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