Na última terça-feira, 19 de novembro, os escritores Luís Fernando Veríssimo e Zuenir Ventura se reuniram no Sesc Vila Mariana (São Paulo), para debater sobre o tema “Tempo, Amizade e Literatura”.
O público lotou o auditório, fazendo com que fosse instalado um telão do lado de fora para que os presentes pudessem acompanhar o debate.
Sob a mediação de Afonso Borges, idealizador do “Sempre Um Papo“, evento que tem por objetivo incentivar o hábito da leitura a fim de formar cidadãos mais críticos, os escritores responderam uma série de perguntas feitas pelo público.
Questionado sobre o fim do jornal impresso, Zuenir Ventura afirmou que acredita na convivência do meio impresso com o digital. “Em primeiro lugar, todos que disseram que o jornal ia acabar, acabaram antes. Sempre que surge uma tecnologia nova, sempre há um pânico de que a anterior vai acabar. Mas eu acho que na verdade o jornalismo tem que se adaptar. Essa mudança está exigindo dos jornais uma adaptação, um aperfeiçoamento.”
Já Luís Fernando Veríssimo defende que uma das forças que mantêm o jornal impresso vivo é a sensualidade própria do papel. “O contato que a gente tem com o jornal tem uma certa sensualidade que a tela do computador não tem, e isso vai permanecer sempre, esse prazer de manusear um jornal.”
Veríssimo falou ainda que sua principal fonte de informação continua sendo o jornal impresso e que não aderiu às novas tecnologias. “Não tenho nem telefone celular.”
Sobre a polêmica das biografias não autorizadas, Zuenir Ventura ressaltou que o caso pode cair em uma censura prévia que se estenderá ao jornalismo. “Você terá que submeter a sua entrevista ao entrevistado. Eu acho um absurdo isso.”
Para Veríssimo, os dois lados tem razão, apesar de manifestar ser contra qualquer tipo de censura, sobretudo a prévia.
Fotos e texto por Emílio Portugal Coutinho.
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