Uma das maiores preocupações dos estudantes de Jornalismo – além de se formar – é conseguir estágios e trabalhar numa empresa de comunicação. Somado à prática jornalística, o estagiário amplia o seu currículo e passa a ser conhecido pelas redações, tendo a oportunidade de ser empregado assim que consegue o diploma.
Mas quantos estágios são necessários? Se o aluno fizer muitos, ele pode ter a fama de não conseguir se adequar em um local por muito tempo, mas se fizer poucos, as redações não irá reconhecê-lo?
“Não tem uma quantidade mínima. Se o universitário fizer um trabalho bem feito em um único estágio, ele tem chances de conseguir uma vaga de emprego tanto quanto os outros”, afirma a coordenadora de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, Aline Maia. Ela também aborda sobre como o estágio complementa a formação dos estudantes, do ponto de vista de já possuir meios de conseguir um emprego assim que conquistar o diploma. “É uma oportunidade do aluno não só aprender, como também fazer contatos e mostrar que é bom de serviço.”
Quantidade x Experiência
Já a graduanda Leiliane Germano, 20 anos, que cursa o quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acha que é necessário passar por pelo menos quatro veículos de comunicação. “Principalmente para os alunos saberem em qual segmento pretendem trabalhar, como rádio, TV, impresso ou pela assessoria de imprensa”. Em contrapartida, Weyder Ferreira, aluno do 4° período de Jornalismo do Centro de Ensino Superior (CES – JF), pensa que para se destacar, é preciso ter qualidade ao invés de quantidade. “Eu acho que o aluno tem que se destacar pela sua conduta no estágio. Aprendi que, na maioria das vezes é nas redações onde se tiram aquelas dúvidas da sala de aula. Além disso, um bom relacionamento com todos na empresa é fundamental para mais tarde ser recomendado”.
Passar por várias redações não faz o aluno parecer instável ou que não rende bem. Ter conhecimento sobre as várias plataformas de produção e publicação de notícias faz com que você adquira vivência e domínio sobre as práticas jornalísticas. Os trabalhos que os professores solicitam e os projetos extracurriculares ficam muito mais fáceis de serem feitos se você já tem experiência.
“Não há determinado número de horas de estágios para alunos de graduação em Jornalismo. O importante é absorver tudo que as oportunidades nos propuserem em diferentes veículos de comunicação”, afirma Priscila Dianin, produtora da TVE, afiliada da Rede Minas. Ela acredita que o que vale é estar próximo do dia a dia da carreira que o aluno escolheu seguir. “Comecei a estagiar a partir do terceiro período da graduação e pude colher os frutos dos estágios que fiz. Estagiei nas áreas de assessoria de comunicação, produção de TV e produção de notícias para o site da faculdade. Apesar de terem sido em poucas empresas, apenas quatro, obtive o aprendizado suficiente para exercer a profissão”.
A empresária e coordenadora geral do Centro Integração Empresa Escola de Minas Gerais (CIEE-MG) Célia Maria de Almeida, destaca que fazer estágio é fundamental e o estudante não pode desperdiçar oportunidades. “Pelo menos duas ou três experiências de trabalho são necessárias. Eu já fui estagiária e sei que é imprescindível ter práticas no currículo”.
Em 2013, foram assinados 256.105 contratos de estágio em todos o país, representando um aumento de mais de 11%, de acordo com dados oferecidos pelo CIEE. O portal de estágios Job is Job oferece atualmente 33 vagas de estágio com atuação no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a oferta sobe para 38 vagas, de acordo com o site Indeed.
Por Rafael Rodrigues
Perfil do Autor
Rafael Rodrigues, 19 anos, graduando de Jornalismo pela Faculdade Estácio de Sá. Já fez estágio em seis veículos de comunicação e também atua como colunista do portal Digaí, além de ser produtor do grupo de Comunicação Job em Pauta.
[…] Texto Originalmente Publicado no Casa dos Focas […]