A comunicação acompanha o ser humano desde sempre, porém, passou por um período de evolução imenso até chegar à forma como conhecemos hoje. Basicamente a comunicação é dividida em quatro etapas, comunicação corporal, oral, escrita e tecnológica. Dentro da comunicação também podemos destacar o aspecto social. A comunicação social que nada mais é do que o estudo das causas, funcionamento e consequências da relação entre a sociedade e os meios de comunicação de massa, tem como função informar, entreter e persuadir as pessoas através de informações. No mundo contemporâneo, a comunicação se faz presente em todas as áreas sociais, registrando e divulgando histórias. A comunicação tem uma forte influência nas relações pessoais da sociedade, por isso, os comunicadores de massa, devem tomar muito cuidado com a forma como expõe as ideias.
No Brasil, a comunicação social, mais especificamente o jornalismo, surge por volta de 1808, com a estreia do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, escrito e impresso em Londres pelo refugiado jornalista, Hipólito José da Costa.
Através do Correio, que vinha clandestinamente para as terras tupiniquins, Hipólito José difundia seus ideais liberais e pregava o fim da escravidão. O jornal deu ampla cobertura à Revolução Pernambucana em 1817 e aos acontecimentos de 1821 e 1822 que levaram à independência do Brasil.
No mesmo ano surgia o primeiro jornal impresso no Brasil, Gazeta do Rio de Janeiro, que foi fundado em 10 de Setembro de 1808. (apesar de o Correio Braziliense ter sido criado em 1º de junho, chegou de fato ao Brasil no final de outubro). A Gazeta do Rio de Janeiro foi criada para ser o jornal oficial da corte portuguesa e era editada pelo Frei Tibúrcio José da Rocha. Era constituída basicamente de comunicados do governo e informes sobre política internacional, em especial os conflitos napoleônicos e a instabilidade das colônias americanas na Espanha.
Durante o período de pré-independência, os jornais começaram a se multiplicar. Vale lembrar que, em um país, cuja sociedade era composta por uma maioria de analfabetos, os jornais, que eram vendidos a preços baixos, eram de grande circulação e popularidade, o que aumentava seu poder diante da esfera pública. Após a revolução Constitucionalista de Portugal, em 1820, os jornais, que tinham um caráter opinativo, passaram a estabelecer um debate acerca das novas propostas de colonização do Brasil, despertando um sentimento autonomista e nacionalista no povo. Sua influência sobre a opinião pública foi capaz de interferir na ordem dos acontecimentos, que acabaram levando ao afastamento de D. Pedro I.
Com o passar do tempo, o Jornalismo foi se adaptando às épocas, quase como obrigatoriedade de sobrevivência. De maneira fácil, passou das notícias políticas aos informes sociais e esportivos, tendendo sempre ao que o já exigente mercado requeria. Por esse aspecto, o jornalista passou a ser visto ou como inimigo ferrenho ou como aliado indispensável do político, do esportista, das celebridades sociais.
No ano de 1964, com a instauração do golpe militar, o jornalismo passou por uma grande mudança. A grande imprensa tinha duas opções, ou se aliava ao governo ou então sofreria com a censura. Com isso, surgiram muitos jornais alternativos que tinham como objetivo, denunciar os abusos, a tortura e a violação dos direitos humanos. A imprensa alternativa era redigida por jornalistas de movimento popular ou de orientação política de esquerda, em boa parte, despedidos dos grandes veículos. Em 25 de outubro de 1975, sob tortura, foi assassinado o jornalista chefe da TV Cultura, Vladimir Herzog. A maioria dos jornais alternativos teve vida curta como Versus, Coojornal, Repórter, Opinião, Movimento, Em Tempo, entre outros; o Pasquim durou mais, de 1969 a 1988, sofrendo forte censura militar até meados da década de 70.
O jornalismo também teve papel fundamental nos grandes acontecimentos do futebol. Com textos característicos e peculiaridades próprias, a narrativa das copas do mundo na época em que o rádio era o principal meio de transmissão, levou muitos torcedores ao delírio. Em 20 de fevereiro de 1932, Nicolau Tuma fez a primeira narração de um jogo de futebol do rádio brasileiro, a emoção na hora do gol sempre correspondeu ao grito que vinha das arquibancadas. Em 1938, o rádio brasileiro transmitiu pela primeira vez um campeonato mundial de futebol: a Copa do Mundo da França. Das primeiras transmissões feitas por Nicolau Tuma e Amador Santos, até os tempos atuais, a união do futebol com a narração esportiva faz do esporte no Brasil um espetáculo à parte. Com o tempo foram surgindo estilos próprios para a descrição do jogo. Narradores no rádio e na televisão utilizaram formas criativas, inventaram bordões e buscaram, no próprio povo, expressões que pudessem facilitar a identificação com aquilo que estavam falando.
Atualmente a comunicação social passa por uma enorme transformação, principalmente por conta da tecnologia, que vem mudando a forma tradicional de se fazer jornalismo.
Com a expansão da internet, nasceu o webjornalismo. No Brasil, a primeira publicação digital de um jornal, ocorreu em maio de 1995, com o Jornal do Brasil que foi o pioneiro, seguido pela Folha de SP e O Estadão. Com baixo custo de produção se comparado aos jornais impressos e textos curtos e objetivos, o jornal digital vem ganhando cada vez mais espaço entre os leitores tradicionais. No início do século XXI, surgem os primeiros portais de notícias, uma espécie de jornal concebido totalmente para a web e marcado por uma dinâmica mais ágil, principalmente pela consolidação do modelo de notícias em tempo real, as chamadas Hard News.
Como pudemos perceber, o jornalismo percorreu um longo caminho e passou por diversas transformações até chegar ao que conhecemos hoje. Essa série de transformações exigiu dos jornalistas, estar em constante atualização e adaptação para com as formas de se fazer jornalismo. Por isso atente-se as exigências do mercado de trabalho e mantenha-se sempre atualizado e certamente conseguirá o seu “lugar ao sol”.
Por Elias Brown.
Perfil do Autor
Elias Brown é estudante de Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Paulista – UNIP. Atualmente trabalha com mídias sociais na Livraria Cultura e nas horas vagas se dedica a música e a leitura. Contato: [email protected]
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