Constantemente, dúvidas sobre qual o caminho no jornalismo devo-me especializar surgem em meus pensamentos. Para os filósofos a dúvida é melhor do que a certeza. Acredito nesta teoria filosófica. Contudo, suportá-las em minha vivência cotidiana, é uma tarefa árdua, onde literalmente ‘racho a cabeça’ de tanto pensar e pensar para, enfim, chegar a uma conclusão, e/ou em uma certeza [por mais que esta certeza possa virar no futuro, uma nova dúvida].
Seguir uma especialização no ramo jornalístico, não é uma tarefa fácil, muito menos, saber que o caminho escolhido será de fato, como o pretendido. Afinal, há vários segmentos à serem tomados, como a área política, econômica, cultural, internacional, e por aí vai.
As únicas certezas que possuo, é a de que desejo por toda a minha vida, conhecer e contar histórias de pessoas, de gente que merece ter a voz, os relatos e os pensamentos à serem ouvidos. Jornalismo para mim, é mais que isto, é mostrar para uma nação, que aquele indivíduo ali também sofre, também possui suas mazelas e que também necessita de ajuda e de ouvidos para ser ouvido.
É fazer da prática jornalística, um meio para denunciar atos que corroem a democracia e que não devem permanecer na obscuridade da mentira e da injustiça.
É não vender-me com minha forças e capacidades, para uma lógica de mercado capitalista, onde a desinformação, aliada ao forte tendencionismo destrói uma sociedade e a afunda rumo ao retrocesso.
E por fim, dedico toda a minha coragem e fé, aos que precisam, aos anônimos das ruas, aos que ajudaram e continuaram a construir esta nação.
É fazer um jornalismo público, de qualidade e credibilidade para o povo, e não mais.
São estas certezas, que jamais podem se transformar em incertezas, caso contrário, estarei na profissão errada.
Por Anderson Andrade
Perfil do Autor
Anderson Andrade é colaborador no site do coletivo de comunicação Periferia em Movimento, onde realiza reportagens comunitárias sobre a região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Aspirante a jornalista, o futuro foca acredita que a boa prática jornalística, conciliada com a ética e com o compromisso com a verdade, são os motores para que se construa uma sociedade que navegue rumo ao desenvolvimento. Amante da fotografia e da literatura brasileira, acredita que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, como já dizia o poeta Fernando Pessoa.