Palavrinha em inglês que traduzida significa rede de contatos. Conexão com algo ou com alguém. Ok, tudo bem, mas como fazer uma rede dessas? Partindo dessa pergunta que é o tema central do meu texto, vamos tentar encontrar algumas respostas.
Lembro de ouvir essa expressão networking logo no primeiro ano da faculdade. Franzi a testa, fiz caretas e fiquei com um ponto de interrogação: que diabos é isso na prática? Quando os professores comentavam eu tinha entendido seu significado, mas ninguém nunca me disse como montar a minha própria rede. Aqui falando mais necessariamente dos jornalistas (é claro), todos os meus professores tinham e tem um vasto leque de contatos. Pensava comigo: De onde será que eles tiraram? Como será que conheceram? Como se faz um networking eficaz? Confesso que passei os quatro anos da faculdade aprendendo e praticando. Mais que isso, mesmo depois de formada, continuo mantendo e aumentando esses contatos. Garanto para vocês: o difícil não é só construir essa rede, mas sim mantê-la. Esse é o grande desafio.
Tudo começa na sala de aula
Parece brincadeira, mas a rede de newtorking pode começar dentro da sala de aula. Seus colegas são obviamente pessoas de lugares diferentes, com objetivos e pretensões diferenciadas. Cada um deles vai trilhar o seu próprio caminho, ter suas experiências com estágios, entrevistas suas fontes. É aí que tudo começa. Conversar com as pessoas da própria classe, saber onde fazem estágio, qual mercado querem seguir é fundamental para começar essa rede. Anota lá: contatos sala de aula. Pronto. Seu networking terá começado.
Os professores
Sim. Eles mesmo. Os nossos queridos professores. Que estão diariamente conosco. Essas figuras podem e (quase sempre são) uma imensa janela de oportunidade. Além de oferecerem conhecimento, podem passar grandes exemplos, experiências de vida, contatos e oportunidades de emprego. Quer pessoa melhor para te indicar do que um professor que conhece perfeitamente suas habilidades? Acredite, eles são capazes de ajudar muito além da sala de aula. Absorvam, extraiam tudo que puderem. Conversem, questionem, indaguem. Falem do curso, da aula, das dúvidas, de emprego. Um professor pode ser a melhor ponte entre você e o mercado. Experiência própria. Vai por mim. Assino embaixo.
As fontes, os personagens
Ah, tudo bem. Você ainda não faz estágio na área, então não tem contato com ninguém, né? Pode ser. Sem problemas. Mas sabe aquela matéria que você vai fazer para web, para o jornal da faculdade, para uma revista, para televisão e para o programa de rádio? Então, guarde todos esses contatos. Cada vez que você entrevistar alguém independentemente da matéria, é uma oportunidade de conhecer alguém diferente e aprender algo novo. Não desperdice esse tempo. Talvez seja uma matéria de cultura com um ator x ou cantor y. Guarde número e e-mail dos assessores e/ou produtores. Talvez seja com o doutor fulano ou com o secretário beltrano. São quatro anos de faculdade. Diversas matérias. O dobro ou triplo de entrevistas. É preciso ficar atento nisso. Você vai conhecer várias pessoas que, às vezes, vão ajudar muito além da matéria. Estabelecer uma relação de confiança e proximidade com essas pessoas pode ser muito benéfico lá na frente. Lembro de pessoas que eu entrevistei no primeiro ano da faculdade e que depois voltei a falar no terceiro ou quarto ano. Ainda bem que guardei o contato, foi super útil.
“O jornalista não conhece todo mundo, mas sempre conhece alguém que conhece o outro e assim vai”.
Lembro de ouvir essa frase uma vez de algum professor. Não lembro ao certo quem falou, mas o peso dessas palavras eu nunca mais esqueci.
Vejamos… colegas de classe, professores, personagens e fontes. Estão vendo como já cresceu a rede de contato? Percebem como é possível construir uma rede de profissionais a princípio com pessoas próximas? Muito bem, agora vamos estender e abrir esse círculo.
Palestrantes, convidados, profissionais do mercado
Também é muito comum dentro do cenário acadêmico a presença constante de palestrantes. Geralmente, os próprios professores convidam seus amigos, colegas de trabalho, para proporcionar uma aula diferente. Eis aqui mais uma grande oportunidade de conhecer gente nova. Tente fazer uma pesquisa simples e rápida sobre o tema e/ou quem vai se apresentar. No momento de perguntas, faça uma inteligente e diferente. “Quem não é visto, não é lembrado”. Se quando terminar a palestra você só se preocupar em assinar a chamada ou ir embora correndo, provavelmente vai perder a oportunidade de conversar com o convidado. Fique e espere. Apresente-se, tire uma foto (se assim desejar), elogie, faça algum comentário pertinente sobre o tema debatido. Diga que gostaria de conhecer a empresa, conhecer melhor o trabalho dele/dela. Pegue os contatos. No mesmo dia ou no máximo no dia seguinte, adicione, mande mensagem, reforce que estava no evento, etc. Puxe um assunto sobre o tema, fale de emprego, mande um currículo. Ninguém perde por tentar.
Visitas técnicas
A maioria das universidades também trabalham com esse tipo de projeto. Visitas técnicas à rádios, emissoras, revistas, jornais, sites, assessorias de comunicação, enfim. Todos esses locais são oportunidades incríveis de adquirir conhecimento e conhecer profissionais da área. Além de conhecer o funcionamento da empresa, tirar dúvidas e tirar fotos, não custa nada pedir uns contatos e até levar uns cartões e currículos impressos. Lembrem-se: a oportunidade está nos olhos de quem vê. De quem se movimenta e corre atrás.
Mercado de trabalho
Para alguns mais rápido, outros demoram mais. O fato é que a oportunidade chega para todo mundo e uma hora vai bater na sua porta. Como diz um amigo meu: “O cavalo selado vai passar uma vez e você precisa estar preparado para montar em cima dele”. Acho que nem preciso dizer que seja em um estágio, freela ou vaga fixa, o mercado de trabalho é o maior criador de contatos. Esses ambientes proporcionam mil e uma chances de conhecer pessoas novas. Procure ser um profissional íntegro, próativo, animado e fazer o seu trabalho da melhor forma possível. Tenho certeza que será lembrado. Cada trabalho um grupo de pessoas. Uma nova oportunidade de obter novas experiências, novos aprendizados e, por assim dizer, novos contatos. Esteja atento as possibilidades.
Não sou de RH, couch, ou especialista da área. Essas são dicas pessoais e reais de como eu construí e continuo tentando manter a minha rede de contatos. Claro que nem todos os profissionais vão responder. Talvez alguns você só converse uma vez e depois não consiga desenrolar um assunto. É um processo natural. Com outros a conversa vai fluir, vão encontrar afinidades e conseguir conversar. Talvez até role uma indicação de emprego. Vai saber. Não tem como precisar. Networking é algo muito pessoal. Cada um tem o seu e, com o tempo, descobre a melhor forma de mantê-lo. Só não vale forçar a barra, ok? O que tiver que acontecer, simplesmente acontecerá de forma natural.
Lembro de pessoas que primeiramente foram personagens ou fontes de entrevistas e que depois se transformaram em grandes colegas. Muitas das quais eu conheço e converso até hoje. Marcar um happy hour ou de tomar um café também pode funcionar. Como eu disse antes não existe uma regra. Pode ou não funcionar. Sempre fui do tipo de pessoa que pagava para ver. Deu certo comigo. Agora é com você.
Por Regine Luise
Perfil da autora
Ama, doa, sonha, dramatiza, sorri, chora e escreve. Não necessariamente nessa ordem. Jornalista, metade escritora, metade poeta. Membro da Academia Popular de Letras do ABC e atualmente professora auxiliar de Comunicação da USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Contato: [email protected]
Adorei Regine ! Sou sua fã e adoro “viajar” nas suas palavras, sempre muito bem colocadas dentro do contexto que o texto sugere. Peço licença, como Amiga, Cuidadora Educacional e admiradora pra compartilhar e ampliar esse leque de amigos, para os novos Jornalistas, que precisam muuuuuuuuuuito saber escrever e se expressar. Grande Bj Daize Rosa