A trajetória de um dos jornalistas mais respeitados da TV brasileira, especialista em coberturas ligadas aos direitos humanos, é o tema do livro: “Marcelo Canellas, por um jornalismo humanista”, publicado pela Editora In House.
Escrito pelo jornalista Sidney Barbalho de Souza, e com prefácio de Sônia Bridi, também repórter especial da Rede Globo, a obra aborda, de forma linear, a carreira do repórter especial do Fantástico (Rede Globo), desde os seus “primeiros sintomas humanistas”, nas fases da infância e juventude até suas primeiras experiências na área jornalística, sua projeção no meio televisivo e a conquista do cargo de repórter especial da TV Globo.
Além de trazer os bastidores das principais reportagens do jornalista, que possui mais de 40 prêmios nacionais internacionais por suas matérias focadas em problemas sociais do nosso país, a biografia trata da vertente “cronista” de Canellas (o jornalista escreve crônicas para o ‘Diário de Santa Maria’ e para o jornal ‘A Cidade’, de Ribeirão Preto).
“Ao todo realizei mais de 50 entrevistas com familiares, amigos e ex e atuais colegas de trabalho de Canellas. Estive em Santa Maria, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Ribeiro Preto (SP), Brasília (DF), Recife (PE). Fui em busca de documentos da infância e da juventude do Marcelo e de sua vida profissional. Depois parti para a fase de cruzamento das informações passadas pelas fontes e, finalmente, para a redação do texto, respeitando a linguagem de um livro-reportagem. Foi um profundo trabalho de pesquisa e apuração”, conta Sidney.
De acordo com o autor, o maior desafio foi retratar um personagem sobre o qual havia pouco material à disposição, no aspecto biográfico: “o que existia sobre Canellas, antes deste livro, resumia-se a algumas entrevistas que fizeram com ele, mas nada muito encorpado e nada que falasse do início de sua carreira. Tive que fazer todo esse levantamento”.
Para Canellas, “o autor consegue a proeza de tomar a história banal de um repórter interiorano que vai trabalhar num veículo de massa como pretexto para discutir o jornalismo em sua perspectiva humanista. Nesses tempos bicudos, de crise e incertezas quanto ao futuro de uma profissão fascinante, o livro talvez possa interessar a professores, estudantes de jornalismo e a todos aqueles que buscam, nas narrativas de longo alcance da grande reportagem, o esmiuçar da condição humana”.
Por Emílio Portugal Coutinho.