Às 20h40 da última terça-feira, 21, faleceu Ruy Mesquita, diretor do jornal O Estado de S.Paulo. O jornalista estava internado no Hospital Sírio-Libanês, no Centro de São Paulo, desde o dia 25 de abril. Na época os médicos haviam diagnosticado um câncer na base da língua.
O corpo do “Doutor Ruy”, como era conhecido na redação, está sendo velado nesta quarta-feira, 22, em sua casa na Rua Angatuba, 465, no Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo.
O enterro está programado para ocorrer às 15h no Cemitério da Consolação.
Quem foi Ruy Mesquita
Ruy Mesquita fazia parte da terceira geração de uma das famílias de jornalistas mais tradicionais do Brasil. Filho de Julio Mesquita Filho e neto do patriarca Julio Mesquita, Ruy Mesquita nasceu no dia 16 de abril de 1925 e cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), tendo mais tarde trocado seus estudos jurídicos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Apoiou o golpe de 1964 ao lado de seu pai, Julio de Mesquita Filho, mas rompeu com o regime no ano seguinte, após o cancelamento das eleições. O Estadão foi o primeiro jornal alvo da censura prévia, chegando inclusive a ter uma edição apreendida. Os jornais do grupo Estado entraram para a história por desafiar os militares com a publicação de poesias e receitas no lugar de textos censurados.
Ocupou o cargo de diretor de opinião do “Estadão”, permanecendo na linha de frente do periódico por mais de 60 anos. Desde a morte de seu irmão Julio de Mesquita Neto, em 1996, ele se tornou o responsável direto pelos editoriais do jornal, reunindo-se diariamente com os editorialistas para definir as tradicionais “Notas & Informações” da página 3.
O Grupo Estado atualmente é composto pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a Rádio Eldorado, a Agência Estado, a Oesp-Mídia, a Oesp-Gráfica e o portal Estadao.com.br.
Por Emílio Portugal Coutinho.
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