Diversos profissionais são necessários para que uma reportagem de TV vá ao ar. O repórter é uma das peças fundamentais, mas existem outros que colaboram na produção como cinegrafistas, pauteiros, editores de imagem e texto etc. Mas, um deles cumpre um papel importante para que o telejornal não tenha furos de reportagem: o Rádio-Escuta. Na maioria das vezes essa função é preenchida por estagiários de jornalismo – uma grande oportunidade para quem quer fazer carreira em redações de TV.
O rádio-escuta é responsável por encontrar notícias novas, monitorar a concorrência e passar o lead (informações básicas) para os demais da redação, como pauteiros e chefes de reportagem. Ele fica em uma sala onde há diversos equipamentos para ajudarem no seu trabalho:
– Monitores de TV ligados em diversos canais: o rádio-escuta deve monitorar os canais concorrentes para saber de algum fato novo que, por ventura, sua redação não esteja cobrindo. Assim, a emissora não fica para trás nas coberturas de factuais, imediatas, como incêndios, por exemplo;
– Computadores conectados a internet: são necessários para visitar constantemente os sites de notícia para checar as últimas informações divulgadas na web;
– Rádios: assim como as TV’s, as emissoras noticiosas de rádio também são monitoradas a fim de saber das últimas notícias;
– Rádio-comunicadores: antigamente, ouvir o canal de comunicação da polícia e dos bombeiros (em frequências de rádio PY) era comum. É dessa prática que vem a denominação “Rádio-Escuta”. As informações contidas entre a conversa de policiais e o COPOM (Comando de Operações da Polícia Militar) eram valiosas para enviar uma equipe de reportagens o mais rápido possível aos locais de crimes e acidentes, mas hoje isso é proibido. Monitorar a polícia dessa forma é considerado ilegal. O indicado é ligar nos batalhões e delegacias para saber das novidades;
– Telefones: a primeira tarefa do rádio-escuta logo que chega a redação é fazer uma “ronda” por telefone. Ele liga para diversos números de uma lista de contatos tais como delegacias, batalhões da PM, quartéis dos Bombeiros e demais fontes para saber se algo relevante aconteceu nas últimas horas. Algumas dessas fontes até ligam para os rádios-escuta para avisá-los de fatos que possam virar notícia na TV;
– Jornais impressos: a imprensa escrita também pode rendar sugestões de pauta. Ler os jornais, além de ser um exercício fundamental para um jornalista, ajuda a deixar o rádio-escuta atualizado e pode até indicar o direcionamento de alguma apuração, como campanhas de fiscalização em casa noturnas ou restaurantes, por exemplo.
Por Thiago Moraes
Perfil de Thiago Moraes
Repórter e apresentador de telejornais, Thiago Moraes (31) trabalha com jornalismo televisivo desde 1996, quando iniciou na área técnica (atrás das câmeras). Formou-se em jornalismo pelo UNIFAE, em 2005, na cidade natal (São João da Boa Vista-SP). Pós-graduado em Linguagens Midiáticas e pós-graduando em Jornalismo Econômico pela PUC-SP. Thiago Moraes é autor de mais de 3 mil reportagens televisivas e também escreve para o blog TELE BLOG NEWS – Bastidores do jornalismo em TV.