Algumas vezes a gente vê os apresentadores de TV falando sozinhos durante uma transmissão ao vivo, mas na verdade eles estão sim conversando com alguém, fora do alcance das câmeras e dos microfones. O diálogo pode ser com o contra-regra ou cinegrafista, que estão ali mesmo no estúdio ou, na maioria das vezes, com o coordenador/diretor do programa que fica em outra sala chamada switcher – a central técnica do programa.
Os telespectadores do Globo Esporte já devem ter ouvido o apresentador Tiago Leifert falando com a “voz da consciência” durante o programa – uma brincadeira para indicar que ele está ouvindo alguém falar ao ouvido dele, por meio de um Ponto Eletrônico.
Este equipamento consiste em um pequeno receptor de áudio (via ondas de rádio ou fios), pouco maior que um feijão, parecido com um aparelho de surdez. Hoje em dia existem pontos eletrônicos do tamanho daquelas pilhas minúsculas de relógio. Os antigos são iguais aos fones de ouvido usados pelos agentes de segurança ou do FBI nos filmes americanos.
O Ponto Eletrônico é bastante usado no telejornalismo ao vivo (ou mesmo gravado) para a comunicação entre a equipe técnica e os apresentadores. Algumas palavras, por meio deste aparelho, podem ser decisivas durante a transmissão como, por exemplo, chamar um repórter “ao vivo” – manobra que muitas vezes não está no “espelho” (script) do telejornal -, avisar sobre a nova sequência das laudas ou câmeras, informações novas, tempo restante para chamar o break (comerciais) ou sugerir perguntas para se fazer ao entrevistado.
O sistema funciona como um walk-talk, mas por apenas uma via, ou seja, o diretor do programa fala (por meio do transmissor de áudio) e o apresentador ouve (por meio do receptor de áudio). Se o apresentador quiser falar com o diretor do programa só poderá fazer isso por meio do microfone do estúdio, ou seja, se estiver “no ar” todos vão ouvir, inclusive os telespectadores. “Fora do ar”, durante os comerciais ou VTs, por exemplo, a conversa fica mais restrita entre os profissionais do programa.
Eu usei muito Ponto Eletrônico de ouvido nas minhas apresentações. Para mim, é como usar o cinto de segurança quando vou dirigir – a gente se acostuma que até se sente estranho apresentando um telejornal sem o aparelho. Muitas vezes o diretor do programa me “salvou”, dizendo o que precisava ser dito ao vivo. São segundos de tensão que parecem intermináveis, mas que são imperceptíveis “no ar” quando os colegas do telejornal estão sincronizados para solucionar problemas ou lidar com adversidades no mesmo instante em que eles aparecem.
Por Thiago Moraes.
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Perfil de Thiago Moraes
Repórter e apresentador de telejornais, Thiago Moraes (31) trabalha com jornalismo televisivo desde 1996, quando iniciou na área técnica (atrás das câmeras). Formou-se em jornalismo pelo UNIFAE, em 2005, na cidade natal (São João da Boa Vista-SP). Pós-graduado em Linguagens Midiáticas e pós-graduando em Jornalismo Econômico pela PUC-SP. Thiago Moraes é autor de mais de 3 mil reportagens televisivas e também escreve para o blog TELE BLOG NEWS – Bastidores do jornalismo em TV.
Onde posso comprar esse Ponto eletrônico
de comunicação? qual a marca dele?
é possível informar?
Att.
Renato Printes
Olá, Renato!
Fizemos uma rápida pesquisa e encontramos um estabelecimento que produz pontos eletrônicos. Não compramos lá, portanto não podemos lhe dar garantia de ser um ótimo produto, mas parece que realmente é. Acesse: http://www.signatec.com.br/produtos/ponto-eletronico
Até mais! 😉
Muito legal este aparelho! Estão de parabéns por mostrar este aparelho super útil. Nunca tinha visto. Só ouvido falar em citações dos colegas repórteres. Verifiquei o site (o link mudou para http://signatec.com.br/inicio/ponto-eletronico/)só que não aparece o valor do equipamento.
Onde eu posso encontrar este equipamento ? Já procurei no comércio e não encontrei.
Olá, Pipa!
Tudo bem? Nunca precisei ir atrás, mas acredito que seja encontrado na região da Santa Efigênia, centro de São Paulo.
Até mais!
Emílio Coutinho