Para contar a história do jornalismo, Jorge Furtado lança “Mercado de Notícias”, inspirado na peça “Staple of News”, do dramaturgo inglês Bem Jonson. A obra é uma crítica sobre o jornalismo e traz algumas questões importantes para pensar a atividade jornalística do país. Porém, não é um documentário contra a profissão. É uma análise que mostra a função da imprensa e o poder dela sobre a sociedade. Furtado utiliza o texto da obra inglesa como forma de comparação com a história do jornalismo e a situação nos dias de hoje dos veículos de comunicação.
Há uma linha de edição interessante para narrar a história. O diretor intercala cenas da peça de teatro e ao mesmo tempo traz a atualidade com as opiniões de treze jornalistas consagrados, que expressam seus pensamentos e teses de suas profissões. São diversos assuntos debatidos entre eles, como por exemplo, a ética, a vontade de se informar, a censura, a veracidade.
O diretor escolhe ainda quatro casos reais de “infelicidade jornalística”, que tiveram grande relevância na mídia, para entender, junto com os profissionais entrevistados, alguns fatores relevantes para a área. Entre eles, o caso da Escola Base, a falsa obra de Pablo Picasso e a bolinha de papel de José Serra.
O documentário enfatiza dois aspectos que também fizeram parte da peça de Bem Jonson: a credibilidade da notícia e a necessidade cada vez maior de obter informações. A jogada de Furtado foi bastante atrativa e envolvente, pois ele conseguiu transmitir para o telespectador quais foram as mudanças na maneira de consumir notícias e o que ainda é muito parecido com o século 17.
O “Mercado de Notícias” é uma discussão necessária – não apenas para aqueles que são jornalistas – sobre o papel da imprensa e como ela vêm se comportando e se transformando no nosso país. Além de dar voz aos jornalistas sobre suas opiniões em relação a profissão, aos desafios, a crise, a tecnologia, entre outros.
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Por Izabela Monaco
Perfil da Autora
Ingressei, em 2010, na faculdade de Publicidade e Propaganda. Porém, ao longo do curso percebi que tinha aptidão e paixão muito maior pelo jornalismo. Ao concluir, em 2014, a minha primeira graduação, resolvi seguir aquilo que me despertava interesse: ser jornalista. Sempre apreciei as histórias de vida das pessoas que precisam ser escutadas pelo mundo e que, muitas vezes, não têm voz. E histórias para contar é algo que o jornalismo nunca vai deixar de ter.