Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, divulgaram o resultado de um estudo que é realizado desde o ano de 2016, no qual se analisa a qualidade das informações divulgadas nas redes sociais.
De acordo com a pesquisa, em momentos de incerteza, a opinião pública costuma procurar fontes de informação que sejam mais confiáveis, recorrendo sobretudo aos veículos de comunicação profissionais.
Movimento é semelhante ao que ocorre com investidores em tempos de crise
Paul Resnick, diretor do Centro de Responsabilidade em Mídias Sociais (CSMR) da universidade americana e um dos autores do estudo, compara o fenômeno ao que acontece com os investimentos financeiros durante as crises econômicas. Nestes conturbados períodos os investidores aplicam suas reservas em ações de menor risco.
Segundo o estudo, durante os primeiros dias de confinamento nos Estados Unidos, os links mais compartilhados nas redes sociais eram de sites de jornalismo reconhecidamente profissional.
Mídia tradicional versus sites de conteúdo duvidoso
Para realizar a medição foram utilizados dois índices: o primeiro registrou a proporção de links que levavam os usuários para plataformas da mídia tradicional; o segundo marcou a porcentagem de links para sites de conteúdo duvidoso.
Durante o mês de fevereiro, quando o surto de coronavírus começou a se espalhar com mais intensidade para fora da China, o compartilhamento de notícias publicadas em veículos tradicionais teve um ligeiro aumento.
O auge de compartilhamento de links noticiosos da mídia tradicional ocorreu no início de abril. Mês no qual os países que fizeram parte da pesquisa começaram a adotar medidas mais rígidas contra a propagação do vírus.
Por outro lado, durante o mês de março, quando estes mesmos países iniciaram os procedimentos restritivos, a proporção de links duvidosos no Facebook e no Twitter chegou ao seu menor nível.
Ainda é precipitado afirmar por quanto tempo durará essa tendência, dizem os pesquisadores
De acordo com James Park, diretor-assistente do CSMR e coautor do estudo, “isso reflete uma combinação de mudanças no comportamento do usuário -maior interesse nas principais fontes de notícias e menor em fontes duvidosas- e ações tomadas pelas plataformas”.
Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores da universidade de Michigan consideram precipitado dizer que essa tendência de busca de informação em fontes confiáveis será mantida.