Dezenas de jornalistas da Microsoft foram dispensados no início deste segundo semestre de 2020, após a empresa decidir substituí-los por um software de inteligência artificial (IA). A equipe afastada selecionava e editava artigos e notícias publicados na página principal de notícias do MSN (The Microsoft Network), portal e rede de serviços oferecidos pela Microsoft.
Seleção e edição de notícias
A decisão é tida por muitos profissionais como precipitada, uma vez que os jornalistas realizavam um trabalho importante e minucioso de controle editorial, selecionando histórias, editando conteúdos e títulos, assegurando dessa forma que os usuários fossem preservados de serem expostos a conteúdos violentos ou inapropriados ao abrir seus navegadores.
Apesar de não terem uma produção autoral, esse trabalho manual de seleção e edição de notícias garantia a clareza nos títulos e adaptação ao formato da página. Além disso, histórias pouco confiáveis eram filtradas e artigos interessantes de meios de comunicação menores eram destacados.
Segundo comunicado divulgado pela Microsoft, essa decisão não é resultado da pandemia de coronavírus. Realmente, há alguns anos diversas empresas de tecnologia estão investindo na Inteligência Artificial como forma de reduzir custos.
Os robôs jamais substituirão a visão humana dos acontecimentos
A iniciativa é vista como prejudicial por muitos jornalistas, que alertam que essa prática dificulta o combate às chamadas ‘fake news’. Segundo eles, o uso da IA não dispensa o trabalho manual do jornalista, que resguardará a qualidade do conteúdo selecionado e/ou produzido.
Além disso, os robôs não possuem a capacidade de captar certas sutilezas que podem ser importantes na seleção ou exclusão de determinados conteúdos de origem duvidosa. Em nossa opinião, acreditamos que a tecnologia, por mais sofisticada e desenvolvida que seja, nunca será capaz de substituir plenamente a visão humana dos acontecimentos do mundo.