Apenas 20% dos jornalistas presentes nas redações brasileiras são negros. É o que diz a pesquisa intitulada “Perfil Racial da Imprensa Brasileira”, que teve seu resultado divulgado na semana na qual se comemorou o Dia da Consciência Negra.
Apesar de 56% da população brasileira se autodeclarar negra (IBGE, 2019), dentro das redações, 77% dos jornalistas são autodeclarados brancos, 0,20% indígenas, 2,10% amarelos e apenas 20% dos jornalistas negros (pretos e pardos).
Racismo dentro das redações
O desenvolvimento da carreira profissional para jornalistas pretos ou pardos é mais difícil do que a de profissionais brancos. Esta afirmação é confirmada por 98% dos jornalistas pretos ou pardos que responderam a pesquisa.
O estudo aponta ainda que 14% dos jornalistas pretos ou pardos entrevistados já sofreram algum tipo de discriminação racial no veículo em que trabalha. Outros 43% afirmaram que sofreram ações racistas antes, durante a sua carreira profissional.
Mulheres também são minoria
O estudo também traz dados sobre gênero dentro das redações e mostrou que, apesar de 51% da população brasileira ser do gênero feminino, as mulheres ocupam apenas 36% do quadro de funcionários das redações brasileiras.
O que já não oferece uma perspectiva tão positiva, piora ainda mais quando trazemos dados que mostram que as mulheres são as que mais sofrem agressão verbal, violência psicológica, exploração econômica e violência física, além de serem mais suscetíveis a serem vítimas de ataques virtuais ao longo do exercício da profissão.
Perfil Racial da Imprensa Brasileira
O Perfil Racial da Imprensa Brasileira foi realizado pela equipe dos Jornalistas&Cia em parceria com o Portal dos Jornalistas e o Instituto Corda. O levantamento contou com o apoio da ABI, Abracom, Ajor, Aner, ANJ, APJor, Bori Agência, Conajira/Fenaj, Ecos do Meio, Jeduca, Projor, Rede JP – Jornalistas Pretos, Universidade Metodista e Universidade Zumbi dos Palmares.
Dentre os objetivos desta pesquisa estão o de “medir o efetivo perfil racial e contribuir para que o jornalismo possa caminhar de forma mais ágil em direção à diversidade e à inclusão”. No total, 1.952 profissionais da categoria participaram do estudo, que pode ser acessado na íntegra clicando aqui.