Os locutores Dick Batista e Caroll Lopes participaram de um bate-papo na sede do Projeto Conectados durante a 2ª Semana da Comunicação. Na palestra “Locução para mídia indoor”, a dupla aproveitou para explicar do que se trata esse tipo de locução e contar sobre sua carreira profissional. Os dois também reuniram dicas essenciais para quem se interessar em ser um comunicador nessa área.
A locução indoor é um tipo de comunicação geralmente realizada por lojas de varejo e em eventos como forma de atrair a atenção do público e aumentar as vendas. São profissionais que utilizam a voz e as palavras para conquistar e fidelizar clientes. De acordo com Lopes, existem duas vertentes do indoor. Uma delas é a rádio indoor, onde há uma sala ou cabine dentro do estabelecimento em que o locutor se posiciona e, lá dentro, descreve os produtos, os preços e as formas de pagamento. Nesse tipo de locução a fala do comunicador pode ser gravada anteriormente. Já a locução indoor requer um contato direto com o público e, por isso, o comunicador pode circular, entrevistar clientes, tocar e utilizar produtos e interagir até mesmo fora da loja, por exemplo.
Para Batista, poder trabalhar diretamente com pessoas é umas das grandes vantagens da locução indoor, porque transmite ao público uma sensação de confiança na informação que está sendo veiculada pelo locutor. Por isso, o locutor deve estar sempre atento a pequenos detalhes, como pronunciar o nome da empresa e dos produtos corretamente, preparar-se para responder perguntas e saber improvisar. “O improviso das palavras faz você crescer na profissão”, destaca.
Ao longo de sua fala, Lopes também pontua que a locução indoor pode ser uma oportunidade para o amadurecimento de sonhos maiores, como o de fazer parte de uma rádio. Ela explica que a experiência do vocabulário e do raciocínio rápido adquiridos a partir desse tipo de locução podem auxiliar na busca por uma vaga em outras áreas da comunicação. Para a locutora, qualificar-se na locução indoor garante um trabalho competente, eficaz e valorizado no meio.
Fica a dica
Segundo a dupla, não existe um perfil específico de locutor indoor. No geral, qualquer pessoa que se interesse por comunicação pode começar na locução indoor, mas o diferencial será o daquele que buscou se qualificar na área, seja através de cursos de locução ou acompanhando outros locutores em campo, por exemplo.
Entre outras dicas, a dupla aponta a apresentação pessoal, a postura e a interação saudável com o público como as principais orientações para render frutos no trabalho. Lopes também explica que se colocar no lugar de quem o ouve e quem o vê é um bom exercício para se autoavaliar enquanto locutor. Já Batista pontua que erros são comuns nesse tipo de locução, uma vez que muitas vezes não há roteiro ou script, mas que é preciso corrigi-los sempre.
Edna Oliveira é locutora indoor em São Paulo há mais de 20 anos e assistiu à palestra nessa quarta. Ela conta que a postura, a abordagem ao cliente e um constante jogo de cintura foram fundamentais para a realização do seu trabalho ao longo desse tempo. Mesmo com anos de mercado, Oliveira acredita que a palestra vai agregar em sua locução. “Cada profissional que você conhece tem um diferencial. Você aprende algo com eles de uma forma ou de outra. Às vezes, num simples gesto”, finaliza.
Juntos, Dick Batista e Caroll Lopes somam diversos trabalhos em locução indoor. Entre eles estão empresas como Magazine Luiza, Lojas Marisa, Pernambucanas, Telhanorte, Casas Bahia, Americanas, Samsung e Shop Tour.
Perfil da autora
Lethícia Bueno é estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Possui admiração pela força da escrita e pelo alcance de uma voz. Acredita que a informação pode mudar realidades e que o Jornalismo é uma prática social de empatia. Está sempre à procura de uma boa história para contar e não confia em verdades absolutas. Na profissão, já atuou como repórter, assessora de comunicação, produtora de tevê e radiojornalista.