É um pré requisito de quem se dispõe a fazer jornalismo buscar a verdade a partir dos fatos. Ou seja antes de emitir opiniões, interpretações ou comentários, que o jornalista olhe com cuidado os fatos para que possa construir uma reportagem sólida, comprometida com o interesse público. Assim, deve-se investigar e estudar os fatos a partir de uma tarefa específica e basear seu trabalho e ações nisso. Não é aconselhável começar o trabalho a partir de verdades pré concebidas. É o caminho mais curto para que a primeira vítima da reportagem seja a verdade. É preciso selecionar, criticar, analisar e colecionar os fatos que vão alicerçar a história. No fundo toda reportagem é uma história. Fatos que coloquem em dúvidas as conclusões não podem ser negligenciados. Não se pode brigar com os fatos, nem distorcê-los para que caibam na reportagem. Se isso ocorrer certamente haverá perda de credibilidade uma vez que, mais cedo ou mais tarde, o público vai descobrir o engodo a que foi submetido e se voltará contra o jornalista e o espaço que abrigou o seu trabalho. Os dois perdem. O um se divide em dois. Tudo tem muitos lados, tudo está em mudança contínua e nada é puro e simples. Não analisar, não testar, concluir o conteúdo de um livro apenas pela sua capa, é uma receita para a simplificação exagerada e para o desastre.
É um pré requisito do gestor corporativo avaliar o cenário que atua. Deve saber com clareza se o concorrente é mais bem estruturado e armado. Sem essa análise, que se assemelha a um general em campo de batalha, o fracasso é iminente. Não se trata de utilizar A Arte da Guerra do Sun Tsu, mas suas lições ajudam a quem pretende vencer no campo corporativo. Muitas vezes, nessas horas, soltar o “espírito animal” do capitalismo, mais atrapalha do que ajuda. É preciso serenidade para fundamentar estratégias e escolher as melhores práticas para avançar na conjuntura. Uma delas é não enfrentar o adversário no campo dele, especialmente se ele é mais numeroso e armado no mercado. Nesse quadro, é preciso lutar crescendo aos poucos, em situações locais em que os seus números superem os dele. Espere juntar vantagens. Nunca lute se a vitória não é certa. Sua estratégia geral, no início, é defensiva, mas a luta deve se tornar paulatinamente ofensiva, a fim de equilibrar as forças e vencer a batalha. Não se pode esquecer que uma guerra é formada de muitas batalhas, e por isso não se pode cantar vitória quando se venceu apenas uma delas.
É um pré requisito do líder dividir com os seus liderados a responsabilidade e a conquista. Um líder não se confunde com um chefe. É o servidor do grupo e tem obrigação de levantar a cabeça e olhar o futuro. Não está apenas comprometido com os resultados imediatos. Aprende a ser humilde e aceitar outras ideias que não são suas. Nem se apropriar delas. A equipe precisa ser como um time de futebol, processar dados e carências e demandas do público para o qual trabalha. Formular estratégias para satisfazer essas necessidades, monitorar a implementação do que foi acordado pelo grupo e fazer as mudanças necessárias no meio do caminho. Espelha-se no rio, que apesar de todas as dificuldades, chega ao oceano. É preciso praticar o processo contínuo de avaliação de cima para baixo e de baixo para cima. Os pensamentos originais desse artigo são de autoria do Velho Timoneiro. Mesmo vivendo um período de dificuldades e de ditadura na China, Mao Zedong tinha tempo para pensar no futuro, no dia em que seu pais se tornasse uma democracia.
Por Heródoto Barbeiro
Perfil de Heródoto Barbeiro
Heródoto Barbeiro é jornalista, âncora do Jornal da Record News e do R7, diariamente as 21h. Ex-apresentador do Roda Vida da TV Cultura e do Jornal da CBN. Autor de vários livros na área de treinamento, história, jornalismo e budismo.