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Relatos de uma quartanista

No segundo ano da faculdade escrevi o texto: Memórias prévias de uma quase jornalista, dois anos depois acho que esse texto merece uma continuação. Mas antes disso, vamos relembrar alguns trechos:

“Que pensamento lindo, animador, de ideias tão doces, foram eles que me levaram as salas de aula num curso de Jornalismo. Aqui estou então, estagiando na área, e colaborando no blog da faculdade. Sabe que um sonho sempre puxa o outro? Sempre me imaginei escrevendo para alguma coluna, ou revista, com a minha foto e assinatura embaixo. Se eu estou fazendo isso agora? Ainda não, mas começar como blogueira conta pontos ao meu favor. Cada vez mais perto de tocar o céu, imaginação minha? Pode até ser, mas que a cada conquista eu subo um degrau rumo ao sucesso, ah isso sim. E onde foi parar o meu paralelo com a Literatura? Mais perto do que vocês possam imaginar. São várias as especializações em jornalismo, e oscilando entre cultura ou propriamente literatura, veremos para quais ventos a vida vai me levar.”

Reler essas palavras, parar, refletir e lembrar de tudo que já passei até agora, além de uma nostalgia natural, me faz voltar a pergunta que originou tudo isso. Por que cursar jornalismo?

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Vejamos…

Foi necessário passar por muitas coisas, estudar matérias diferentes, conhecer um pouco de cada veículo de comunicação, desenvolver alguma matéria para cada um desses meios, conversar e aprender com cada professor, construir uma agenda de contatos. Foi preciso aprimorar as qualidades e superar os defeitos e as dificuldades. Foi necessário cobrir eventos, fazer matérias, descobrir pessoas. Foi necessário estabelecer uma relação de confiança com as fontes entrevistadas e assim começar a construir a minha própria agenda de contatos. Foi preciso ficar feliz ao receber elogios mas saber lidar com todos os tipos de críticas. Foi preciso abrir mão de muitos rolês e momentos de lazer para fazer trabalhos.

Mas e agora?

No quarto ano de jornalismo, em pleno vigor de TCC eu digo que entre muitas coisas é preciso ter coragem. Já dizia Guimarães Rosa: o que a vida quer da gente é coragem. É disso que precisamos. Coragem para passar horas sem dormir. Coragem para se privar de momentos de lazer. Coragem para fazer aquilo que você gosta ou talvez o que não gosta, mas fazer bem feito. Coragem para ter que conviver mais com as pessoas do seu grupo do que talvez com membros da própria família. Coragem para ver no professor, mais do que um orientador, mas um amigo que vai ajudar você a passar de ano. Coragem para pedir ajuda aos outros, afinal em jornalismo o trabalho é coletivo e na vida real uma mão sempre lava a outra. É preciso coragem de bater no peito e chamar para si uma responsabilidade. Se acha que está certo, brigue, lute, defenda suas ideias entre os amigos, para os professores, na banca do TCC. Não deixe que o medo de não conseguir, seja maior do que o esforço de tentar. Dê o seu máximo – e se isso não for o bastante, tente um pouco mais. Ninguém disse que fazer faculdade é fácil. Ninguém falou que para ser jornalista não é preciso lutar. A vida é uma batalha. Temos que matar um leão por dia, mas eu volto a dizer: “a vida quer de nós coragem!”.

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Por isso se parece que você não vai conseguir e está pensando em desistir: enfrente!

Se na sala de aula parece que uma matéria ou outra não faz sentido, que você nunca vai usar aquilo: aprenda!

Se você está com dúvidas sobre o que vai ser quando se formar: reflita!

Se tem medo de não conseguir um estágio ou uma vaga efetiva: lute!

Nesses quatro anos, tive a oportunidade de conversar com alguns jornalistas e acho válido deixar alguns conselhos:

“Para obter um resultado precisa ter resistência, é só isso. Tem que tentar melhorar, você não pode se satisfazer em escrever uma coisa medíocre”. (Ivan Martins)

“Esse é o foco da minha vida, quando você vai fazer uma entrevista, uma reportagem, você tentar estar lá, íntegro, por inteiro”. (Fabíola Cidral)

“Se quiser ser um jornalista esportivo, prepare-se para ter mais fama do que dinheiro”. (Eduardo Affonso)

Para todos os estudantes de jornalismo começando ou terminando eu também deixo o meu conselho:

Parafraseando a frase de Fernando Pessoa de que nós somos do tamanho daquilo que sonhamos eu me atrevo a dizer: Sonhe grande e trilhe uma forma de alcançá-lo. Quanto as pedras que surgirão no caminho? Chute-as. O que a vida quer da gente é coragem.

Que a sorte esteja com todos vocês.

Até.

Por  Regine Luise

Perfil de Regine Luise

Regine Luise

Ama, doa, sonha, dramatiza, sorri, chora e escreve. Não necessariamente nessa ordem. Jornalista por profissão, poeta de coração. Prazer, Regine Luise.

Contato: [email protected]

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