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Resenha do livro Chatô o Rei do Brasil

“Chatô o Rei do Brasil” de Fernando Morais é um livro que compartilha além da vida de Assis Chateaubriand, grande parte da história do país, os bastidores da politica no século 20 e, principalmente, o trajeto e a evolução da comunicação. Traz reflexões sobre a importância do jornalismo como profissão e de sua relevância social e cultural em um país que, no fim dos anos 20, tinha como única fonte de informações os jornais impressos.

Nascido em 1892 em Umbuzeiro, Paraíba, jornalista de experiência, mas, graduado em direito, Assis Chateaubriand se tornou um dos mais influentes comunicadores do Brasil, empresário e, mais tarde, político. Segundo a revista de negócios “The Inter-American” era “um homem que tem faro para a notícia, inclinação para mexer em casas de marimbondos e o dedo em quase todas as grandes negociatas do Brasil”. Além de tudo, nunca mediu esforços para lutar por seus ideais. Já escapou da morte e do exílio, na época do estado novo, tudo em busca da realização daquilo que mais gostava de fazer: exercer a profissão de jornalista.

Pioneiro no advento do rádio e da televisão, o dono do império que ficou conhecido como Diários Associados, saiu de casa cedo em busca de seus objetivos. O primeiro jornal a integrar o grupo, que depois contaria com mais de 28 jornais, revistas, rádios e emissoras de TV, foi um impresso de nome “O Jornal” adquirido por Chatô em 1924. O veículo serviu de companhia, nos anos seguintes, para diários de diversas capitais, sendo São Paulo e Rio de Janeiro os primeiros alvos dos Associados, que aos poucos conquistaram lugares como fontes principais de informação da sociedade na época.

A obra compartilha de uma bagagem extensa e cultural importante para embasar qualquer pessoa que goste de história, politica e comunicação. Amplia a visão de alguns aspectos relacionados a personalidades como Getúlio Vargas e o próprio Assis Chateaubriand. Mostra a realidade por trás de eventos marcantes para a trajetória do Brasil, como a guerra civil de 1930, a era Vargas, os reflexos da segunda guerra mundial, etc.

Além disso, apresenta o papel desenvolvido pela imprensa e as abordagens construídas na época. Também ensina que para ser bem sucedido nos negócios não necessariamente é preciso ter dinheiro, mas, uma forte gama de contatos. Ademais, a biografia é um prato cheio para aqueles que gostam de viajar no tempo. A relação de Chatô com personalidades ilustres do Brasil e do mundo, como quando entrevistou a princesa Isabel três semanas antes de seu falecimento, gera conhecimento e transmite uma sensação de familiaridade com a vida e a rotina dos personagens.

Por fim, no geral, a narrativa reforça a importância da prática jornalística, o quanto é necessário estar em constante transformação durante os anos e, principalmente, ressalta a importância do networking na rotina imprevisível e surpreendente dos jornalistas. “Mais do que ninguém, no entanto, Chateaubriand sabia que o bom jornalismo não se fazia com ‘pedaços de ferro’, como ele já dissera, mas com gente”.

Por Sandra Prata

Perfil da Autora

Sandra Prata

Estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente (Facopp) aspirante à escritora, apaixonada por boas histórias e jornalismo humanizado.

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