“Si hay indignacíon, salgan a las calles”, disse o sociólogo espanhol Manuel Castells, convidado como web conferencista da “ARENA NET MUNDIAL”, evento que acontece em São Paulo entre os dias 22 e 24 de abril e discute o futuro da internet no Brasil e no mundo.
Em nosso país, em tempos de web 2.0, se abordam as relações existentes entre rede e democracia, apoiando-se, principalmente, nos fortes movimentos sociais e revoltas populares, fundadas a partir de experiências de interconexão, no qual superam limites geográficos entre países distantes e com conjunturas culturais, econômicas e políticas bem opostas, porém inauguraram uma espécie de comportamento político em comum.
A Primavera Árabe foi apenas o início dos intentos populares que expressavam indignação. Por meio de movimentos originários das redes sociais muitos governos, desde os mais ditatoriais até os mais flexíveis, tiveram que ouvir a voz sonante e imponente que vinha das ruas e encontrar soluções que atendessem ao grito de socorro e ao sentimento de esperança de centenas de milhares de pessoas.
Mesmo com incríveis avanços no campo das comunicações e com uma internet capaz de transpassar fronteiras, a luta ainda é árdua e constante, pois a web tem como característica a descentralização do poder, isso porque é um dos poucos ambientes em que todos podem se expressar e colocar em pauta aquilo que destacam como importante para a sociedade. Porém, vivemos em uma época em que se busca a centralização do poder em uma instituição ou em governos, isso para tentar evitar que haja um apogeu como o acontecido em junho e julho do ano passado com as manifestações.
Em tempos de morte e opressão por parte de entidades públicas como a polícia militar, aqueles que historicamente e sociologicamente detém o poder da força e a usam como queiram, há a necessidade de superar o medo e fazer valer o espírito de cidadania e justiça para lutar com a contribuição das tecnologias por aquilo que é direito inerente de todo o homem: a vida, a segurança, a preservação da integridade física, a proteção da propriedade privada e principalmente a participação na política.
Para nós, comunicadores, futuros jornalistas e principalmente cidadãos a missão é colocar no mais alto do pódio os assuntos que expressem os desejos da população e, a internet, sem dúvida, é o local da construção das opiniões e ponto de encontro da sociedade civil com os meios de comunicação para pautar os acontecimentos políticos.
Neste momento da aprovação de um marco civil para a internet, que tem por intuito regular o uso por meio de princípios, garantias, direitos e deveres a questão da neutralidade, privacidade e liberdade de expressão devem ser mantidas e cobradas à exaustão para que com governança adequada e atenção ao sistema colaborativo utilizado para a criação desta lei, nos possam ouvir e atender às variadas demandas da população.
Por Rodrigo Sales
Perfil de Rodrigo Sales
Rodrigo Sales é um estudante de jornalismo que ainda acredita que comunicar é contar novas e fascinantes histórias a cada dia. Curioso ao extremo, sempre busca se aprofundar na notícia e entender todos os fatos que norteiam os acontecimentos. Com 22 anos de idade, e no segundo ano do curso de comunicação na FIAM (Faculdades Integradas Alcântara Machado) , deseja sempre ser um semeador da crítica e da livre expressão do pensamento.