A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alertou para a impunidade generalizada em casos de violência contra jornalistas. De acordo com a entidade, 87% dos 1.284 casos de jornalistas assassinados pelo mundo desde o ano de 2006 segue sem solução.
O preço pago por trazer a verdade
“Mais uma vez, em 2021, muitos jornalistas pagaram um grande preço por trazer a verdade à tona. Neste momento, o mundo precisa de informações factuais independentes mais do que nunca. Devemos fazer mais para garantir que aqueles que trabalham incansavelmente para fornecer isso possam fazê-lo sem medo”, ressaltou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
Impunidade generalizada
Segundo dados do Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO, ao longo do ano de 2021, 55 jornalistas foram assassinados. Apesar de ser “o menor número de mortes anuais em mais de uma década”, a entidade alerta que “a impunidade para esses crimes continua sendo generalizada”.
Maior parte dos assassinatos ocorreram em países que não enfrentam conflitos armados
Dois terços destes assassinatos contra jornalistas aconteceram em países que não enfrentam conflitos armados, o que demonstra os riscos contínuos enfrentados pelos profissionais da comunicação em suas reportagens diárias. Em 2013 a situação era completamente diferente, na época dois terços dos assassinatos ocorreram em países em conflito.
Outros tipos de violência sofridas por jornalistas
Além dos assassinatos, a UNESCO recordou que jornalistas de todo o mundo continuam sofrendo outros tipos de violência, tais como: encarceramento, agressões, assédio e intimidação durante suas reportagens. Um relatório divulgado pela entidade em abril de 2021, demonstrou que quase três quartos das mulheres jornalistas pesquisadas sofreram violência online relacionada ao seu trabalho.